De forma mais ou menos consciente, mais ou menos ousada, todos temos uma visão do futuro que queremos. Aqueles desejos que, se atingidos, nos dariam uma sensação de realização, e só a ideia de conseguir atingi-los nos leva param um estado emocional de entusiasmo e inspiração.
Mas será que ter uma visão tem alguma utilidade prática? Se a resposta é “sim” então, o que está afinal entre nós e esse futuro?
E para responder eu coloco uma nova pergunta: Quantas vezes logo após ter uma visão de futuro visualizamos o que não queremos? Prevemos os piores cenários possíveis, no sentido de nos prepararmos para tudo! Numa grande parte das vezes prevemos esses cenários com base em crenças e convicções construídas em experiências passadas (nossas ou dos demais). Pode ser um novo contexto profissional, amoroso ou outro, pode parecer algo completamente diferente, contudo, se formos recorrer a referências passadas para nos relacionarmos com esse contexto vamos criar mais do mesmo.
O que sucede geralmente é que orientamos inconscientemente as nossas ações para esse futuro negativo como se ele fosse inevitavelmente acontecer, oferecendo-lhe mais empenho do que ao cenário que queremos. E, embora se trate apenas de uma espécie de ensaio na nossa mente, o que é certo é que, ao contrário da mente consciente, que estabelece uma linha temporal de passado presente e futuro, a mente inconsciente vive apenas no presente.